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15h16 27 Maio 2019
Atualizada em 27/05/2019 às 15h19

Mayaro, vírus ‘primo’ da dengue, acende alerta para nova doença: ‘Teremos problema na saúde pública’

Por BHAZ

O receio de que um novo vírus se adapte ao meio urbano tem motivado pesquisas na área da saúde. Considerado como o “primo” do causador da dengue, o vírus Mayaro é o novo alvo de pesquisadores. Descoberto em 1955, o vírus é transmitido pelo mosquito silvestre Haemagogus janthinomys e sua presença é contínua na Amazônia.

Em algumas regiões do país, como no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo, já há evidências da circulação do vírus. Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informa que “até o presente momento não há registro do vírus”.

A semelhança entre a “nova” doença e a dengue vai além de ambas serem transmitidas por um mosquito – a dengue, no caso, pelo Aedes aegypti. “Alguns dos sintomas da Febre Mayaro se assemelham, como por exemplo dor de cabeça, manchas vermelhas no corpo e dores nas articulações, além da febre”, diz o infectologista e presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estêvão Urbano.

A possível chegada do vírus Mayaro no Estado traria um “novo problema de saúde pública”, conforme explica o médico. “A gente fica preocupado, pois será um novo vírus a ser introduzido. Consequentemente, afetará um grande número de pessoas e teremos um problema na saúde pública. A população não terá imunidade e seu desenvolvimento será mais fácil”, disse.

Ainda sobre os sintomas da Febre Mayaro, Estêvão conta que ela causa fortes dores nas articulações. “Nesse ponto ela assemelha-se com a febre chikungunya; em contrapartida, provoca menos hemorragia do que a dengue”.

A prevenção da doença deve ser feita, assim como a dengue, evitando a proliferação dos mosquitos. “Como ainda não temos vacina para a Febre Mayaro, precisamos combater seu transmissor”, alerta o infectologista.

Dengue em Minas

A dengue continua sendo motivo de preocupação em Minas.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o Estado já registrou 289.500 casos prováveis – casos confirmados + suspeitos. A doença resultou em 79 mortes, sendo que em Belo Horizonte foram contabilizadas seis mortes. Outros 97 óbitos continuam sendo investigados.

Casos prováveis de dengue em Minas Gerais (Divulgação/SES-MG)

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